CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS QUE CERCAM A AROEIRA-BRAVA

ATIVIDADES MANDIOCA BRAVA
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
A MANDIOCA-BRAVA
Manihot esculenta é uma espécie pertencente à família Euphorbiace, que produz uma raiz rica em amido, popularmente conhecida por mandioca, aipim, macaxeira, dentre outros nomes. Foi domesticada para fins alimentícios, cerca de 9 mil anos atrás, por grupos indígenas da região da Amazônia. A variedade conhecida como mandioca selvagem ou mandioca brava possui alta concentração de ácido cianídrico, que, se não for devidamente tratada para eliminar a toxicidade, possui um perigoso potencial letal (MOON, 2018).
Nesta unidade, temos 1 atividade contendo textos técnicos e científicos, fotos e tabela. Os textos mostram resultados de pesquisas sobre mandioca-brava, que buscam soluções para problemas da saúde humana, tecnologias e questões energéticas.
CONTEÚDOS
Textos técnicos e científicos contendo estudos que envolvam a mandioca-brava.
PROBLEMATIZAÇÃO
Responder as questões: "Como a planta mandioca-brava tem sido estudada pela ciência e como o homem comum tem recebido e utilizado os conhecimentos produzidos a seu favor?"
OFICINA 1: PRODUÇÃO DE FOLDER
PROCEDIMENTO DAS ATIVIDADES:
15 min:
A. Distribuir os folders sobre plantas tóxicas para os trios, disponíveis nos links a seguir:
Em seguida, disponibilizar a atividade abaixo para o trio que trabalhará com mandioca-brava:
Atividade para o trio MANDIOCA-BRAVA
1. A dupla deve analisar o material fornecido e montar um folder ilustrado sobre a Mandioca-Brava, contendo informações:
a) gerais sobre a planta
b) seus efeitos tóxicos nos humanos
c) substâncias químicas tóxicas presentes
d) usos medicinais populares
e) usos medicinais comprovados pela ciência
f) inovações tecnológicas
g)medidas de prevenção
Texto 1: Mandioca-Brava
"Nome popular: Mandioca
Nome científico: Manihot utilissima
Parte tóxica: Qualquer parte da planta, principalmente as folhas e a entrecasca da raiz.
Princípio ativo: As variedades, tanto a brava como a doce contém como princípio ativo tóxico um glicossídio cianogenado denominado linamarina que, por decomposição hidrolítica libera ácido cianídrico (HCN). Esta substância é termolábil e volátil e, assim, com o cozimento por fervura elimina praticamente toda a toxicidade. Entretanto, existem relatos sobre a ingestão de mandioca mal cozida e mesmo bem cozida originando quadros tóxicos.
Sintomatologia: Inicia-se com manifestações gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarréia. A seguir, aparecem distúrbios neurológicos: cefaléia, tontura, midríase, torpor, convulsões. Distúrbios respiratórios: dispnéia, acúmulo de secreções e cianose. Distúrbios cardiocirculatórios: arritmias, hipotensão e óbito.
Tratamento: Trata-se de uma intoxicação potencialmente grave que requer tratamento imediato. Existe antídoto especifico que deve ser administrado concomitantemente com assistência respiratória e cardíaca."
(Texto retirado do site da Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: <http://www.uel.br/hu/portal/pages/cit/plantas-toxicas/mandioca.php> . Acesso em 11 jun. 2019.)
Trecho da tabela "Informaçções sobre espécies vegetais que causam toxicidade humana"
*Esta tabela foi digitalmente modificada. Foram retirados alguns dados que não serão utilizados na atividade.

Texto 2: Mandioca substitui o plástico na produção de embalagens
"Empresas aproveitam matéria-prima abundante nos países para criar alternativa ecológica
14 de Setembro de 2017
No Brasil, a empresa CBPack, do Rio de Janeiro, criou um processo que aproveita a fécula de mandioca para a produção de descartáveis. Os copos e as bandejas de isopor que, segundo o fundador e CEO da empresa, Claudio Rocha Bastos, são os principais produtos fabricados, são totalmente biodegradáveis e compostáveis. A unidade de produção foi criada em 2012 e tem hoje capacidade para produzir 500 mil unidades por mês.
Em até 90 dias as embalagens se transformam em terra vegetal, além de colaborar com a redução das emissões de gás carbônico e com a gestão de resíduos sólidos e consumir menos água na produção. Outra vantagem do produto, segundo a Bastos, é que as embalagens têm propriedades físicas parecidas com as do isopor, suportando temperaturas entre -10 oC a 75 oC, e podem ser usadas para acomodar líquidos e sólidos. A tecnologia é 100% brasileira e recebeu prêmios da Finep, da CNI e da Apex. “O mercado nessa área tem crescido bastante, principalmente na área de eventos e com as indústrias preocupadas com carbono zero. O que falta é regulamentação para os biodegradáveis do Brasil”, afirma Bastos.
Uma empresa em Bali, na Indonésia, também está usando a mandioca para produzir sacos plásticos, copos e outras embalagens. No caso das sacolas, os produtos se dissolvem na água e evitam a poluição. Na composição, foram abolidas matérias-primas provenientes do petróleo. Além de biodegradável, segundo a Avani Eco, seus produtos podem ser utilizados para compostagem e vão desde sacolas até itens para hotelaria. Calcula-se que desde 2015, todos os dias são despejados cerca de mil metros cúbicos de lixo plástico nas ilhas paradisíacas do Pacífico, e apenas 5% desse resíduo é reciclado.
Abundante no Brasil, cultivada em quase todos os estados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado a produção brasileira de raiz de mandioca atingiu 23,71 milhões de toneladas. De acordo com o último levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizado em 2014, o Brasil é o quarto colocado no ranking mundial dos produtores de mandioca, ficando atrás da Nigéria, Tailândia e Indonésia. A mandioca também foi eleita, pela Organização das Nações Unidas, como o alimento do século 21."
(Texto retirado do site Sistema FIEP Boletins setoriais: plástico borracha, sistema fiep. Disponível em: <http://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/12/especial/mandioca-substitui-o-plastico-na-producao-de-embalagens-2-32028-356970.shtml>. Acesso em 23 nov. 2019.)
Imagem 1: Copos feitos de fécula de mandioca
FONTE: Campos et al., Toxicidade de espécies vegetais. Rev. Bras. Plantas Med., v. 18, n.1, Botucatu, 2016.

FONTE: <https://ciclovivo.com.br/inovacao/negocios/brasileiros-usam-mandioca-para-fabricar-plastico/>. Acesso em 23 nov. 2019.
Imagem 2: Mandioca-brava

FONTE: <https://www.mundoecologia.com.br/plantas/mandioca-brava-como-identificar/>. Acesso em: 27 nov. 2019.
15 min:
B. Exposição dos folders.
20 min:
C. Bate-papo final.
AVALIAÇÃO
O professor avalia a partir do envolvimento dos estudantes ao realizarem o trabalho, ao opinarem sobre a produção dos folders e informações contidas nele e quanto à qualidade do folders montados.
OFICINA 2: ENTREVISTA
PROCEDIMENTO DAS ATIVIDADES:
*Se o professor optar em pedir aos alunos que realizem as entrevistas, basta seguir os seguintes passos:
20 min:
Distribuir para o trio os materiais utilizados na oficina de produção de folder. Os estudantes devem analisar o material e organizar a entrevista, que deve ser feita entre os integrantes do trio durante 15 minutos. É importante que durante a entrevista, sejam tratados os seguintes assuntos:
a) informações gerais sobre a planta
b) os efeitos tóxicos nos humanos
c) substâncias químicas tóxicas presentes na planta
d) usos medicinais populares
e) usos medicinais comprovados pela ciência
f) inovações tecnológicas
g)medidas de prevenção
15 min:
O trio deve utilizar esse tempo para fazer seu vídeo. Enquanto isso, a professora cria um grupo de whatsapp da turma. Ao terminarem seus vídeos, os trios os encaminham para o grupo de whatsapp.
20 min:
Os trios, sentados em círculo, assistem os vídeos dos outros trios e fazem comentários e perguntas, que podem ser respondidas pessoalmente ou através da rede social.
AVALIAÇÃO
O professor avalia a participação de cada aluno na produção do vídeo e nos bate-papos por meio da rede social e pessoalmente.
REFERÊNCIAS
MOON, Peter. A forma mais popular da mandioca é consumida há 9 mil anos. Agência FAPESP. 19 abr. 2018. Disponível em: http://agencia.fapesp.br/forma-mais-popular-da-mandioca-e-consumida-ha-9-mil-anos/27608/. Acesso em: 01 mai. 2019.
MATERIAL UTILIZADO NAS ATIVIDADES
CAMPOS, S.C.; SILVA, C.G.; CAMPANA, P.R.V.; ALMEIDA, V.L. Toxicidade de espécies vegetais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.18, n.1, supl. I, p.373-382, 2016.
ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Atendimento Toxicológico – TOXCEN: Plantas Tóxicas. Disponível em: <https://ciatox.es.gov.br/Media/toxcen/Material%20Informativo/5-Plantas%20t%C3%B3xicas.pdf >. Acesso em: 18 dez. 2019.
MANDIOCA. In: Universidade Estadual de Londrina. Londrina. Disponível em: <http://www.uel.br/hu/portal/pages/cit/plantas-toxicas/mandioca.php>. Acesso em: 11 jun. 2019.
MANDIOCA substitui o plástico na produção de embalagens. In: Boletins Setoriais: plástico borracha. Curitiba, 14 set. 2017. Disponível em: <http://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/12/especial/mandioca-substitui-o-plastico-na-producao-de-embalagens-2-32028-356970.shtml>. Acesso em: 23 nov. 2019.
PARANÁ. Secretaria de Saúde. Intoxicações por Plantas Tóxicas. Curitiba: Secretaria de Saúde. Disponível em: < http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/plantas/Intoxicacoes_por_Plantas_Toxicas.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.
RAFAEL. Mandioca brava: como identificar? In: Mundo Ecologia. 13 dez. 2018. Disponível em: <https://www.mundoecologia.com.br/ plantas/mandioca-brava-como-identificar/>. Acesso em: 27 nov. 2019.
ROSA, Mayra. Brasileiros usam mandioca para fabricar plástico. In: CicloVivo. 05 dez. 2013.
SINITOX. Sistema de Informações Tóxico-Farmacológicas. 2017. Disponível em: <https://sinitox.icict.fiocruz.br/materiais-de-divulgacao>. Acesso em: 04 dez. 2019.