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ATIVIDADES comigo-ninguém-pode

CIÊNCIA E TECNOLOGIA 

A COMIGO-NINGUÉM-PODE

Dieffenbachia picta Schott. é uma herbácea pertencente à família Araceae, conhecida popularmente como comigo-ninguém-pode ou aningá-do-pará. É uma planta tóxica, que possui cristais de oxalato de cálcio do tipo ráfide e saponinas. A ingestão ou contato com qualquer parte desta planta causa queimação e edema na região onde houve contato, vômito, diarréia, náuseas, salivação excessiva, dificuldade para engolir e asfixia. Nos olhos, causa irritação e lesão da córnea (MATOS, 2012, p. 3). Esta planta carrega consigo a crença popular de que afasta mau olhado, eliminando as energias negativas do ambiente (TAKATA, 2015), sendo, por isso, muito utilizada nas entradas e interiores de muitas casas brasileiras.

Nesta unidade, temos 1 atividade contendo textos técnicos e científicos, fotos e tabela. Os textos mostram resultados de pesquisas sobre comigo-ninguém-pode, que buscam soluções para problemas da saúde humana. 

 

CONTEÚDOS A SEREM TRABALHDOS

Textos técnicos e científicos contendo estudos que envolvam a comigo-ninguém-pode.

PROBLEMATIZAÇÃO

Responder as questões: "Como a planta comigo-ninguém-pode tem sido estudada pela ciência e como o homem comum tem recebido e utilizado os conhecimentos produzidos a seu favor?"

OFICINA 1: PRODUÇÃO DE FOLDER

PROCEDIMENTO DAS ATIVIDADES:

15 min:

A. Distribuir os folders sobre plantas tóxicas para os trios, disponíveis nos links a seguir: 

 

Em seguida, disponibilizar a atividade abaixo para o trio que trabalhará com a comigo-ninguém-pode:

Atividade para o trio COMIGO-NINGUÉM-PODE

1. O trio analisa o material fornecido e  monta um folder ilustrado sobre a Comigo-ninguém-pode, contendo informações:


   a) gerais sobre a planta
   b) seus efeitos tóxicos nos humanos
   c) substâncias químicas tóxicas presentes
   d) usos medicinais populares
   e) usos medicinais comprovados pela ciência​

   f) inovações tecnológicas

   g)medidas de prevenção

COMIGO-NINGUÉM-PODE


    "Família: Araceae.
    Nome científico:
Dieffenbachia picta Schott.
    Nome popular: aninga-do-Pará.
    Parte tóxica: todas as partes da planta.
    Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio
    Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento.
    Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese.
    Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva, bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos. Anti-histamínicos. Corticóides em casos graves.
    Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista."

 

(Texto retirado do site da Secretaria da Saúde do Paraná. Disponível em:
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/plantas/Intoxicacoes_por_Plantas_Toxicas.
pdf>. Acesso em 11 jun. 2019)

Trecho do texto  "Comigo ninguém pode: Pesquisadores da UFRJ descobriram um antídoto contra a toxidade da ‘comigo ninguém pode’"
 

"Por Taisa Gamboa

    Estudo da equipe do Departamento de Farmacologia Básica e Clínica, em parceria com o Laboratório de Toxinas e Substâncias Antagonistas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFRJ descobriu uma substância que já existe no mercado capaz de inibir os efeitos tóxicos da “comigo ninguém pode”. Depois de cinco anos de pesquisa, já é possível controlar de forma barata e eficaz a ação mortal da planta.
 (...)
   Na tentativa de descobrir como se dá o processo de intoxicação, o professor do departamento do ICB, Nuno Alvarez Pereira, propôs um modelo onde a planta causaria um edema de língua e de glote suficiente para matar. A partir desta situação, o professor e orientador de Etyene Lacerda, Paulo Melo reproduziu a resposta inflamatória em um animal, sem o matar.
    O estudo, que chegou a ser publicado, apresenta as normas para a realização dos testes e análises, segundo os quais, tira-se e corta-se o caule, que deve ser espremido até a formação de um suco. Este caldo é depositado na boca do animal, que desenvolve o edema. Em 60min o inchaço alcança o seu ponto máximo. Em seres humanos o processo é mais rápido e em minutos pode ser fatal. Mas tudo depende da quantidade da planta que é ingerida.
   A pesquisa ainda está em fase de experimentação e apesar dos esforços, não se tem a confirmação acerca da substância que causaria o edema. As indagações variam entre o fósforo lipídico; um componente de coloração avermelhada dissolvido dentro da célula da planta e ainda não identificado; idioblastos; e a opção mais cotada, os cristais de oxilato de cálcio. Segundo a pesquisadora Etyene Lacerda, ao entrar em contato com a mucosa, estes cristais sairiam da célula da planta e levariam com eles a substância vermelha desconhecida. Os cristais funcionariam como agulhas espalhando a substância tóxica, o que provocaria o edema.
    Um dos resultados mais importantes da pesquisa foi a identificação de uma substância antagonista, que apresenta ação similar a de um antiinflamatório. De acordo com a cientista Etyene, o Eugenol, que tem aplicação odontológica, analgésica, anestésica local, e bloqueadora de canais de cálcio, é um medicamento que inibe de forma eficiente o edema.
    Diante desta descoberta, algumas substâncias com ação antiinflamatória seriam óbvias no tratamento, mas não são todas que inibem a toxidade com mecanismos similares ao do eugenol. Segundo o estudo da equipe do departamento de Farmacologia do ICB, os vários mecanismos de ação desta substância dificultam a determinação do real inibidor. Etyene Lacerda chega a levantar a hipótese de que este conjunto de atividades seja o responsável pela ação positiva na cura.
    A pesquisa está sendo finalizada no fim deste ano e, embora ainda não se possa garantir a ação maligna dos cristais de oxalato e a eficácia do eugenol, tudo leva a crer que em breve teremos um novo medicamento no mercado. A equipe do laboratório do ICB tem interesse em patentear o remédio para deixá-lo acessível à população, até porque, sua composição é simples e barata. Inclusive o medicamento já se encontra no mercado, mas é necessário alterar sua fórmula para o melhor aproveitamento de sua ação inibidora do edema."

(Texto retirado do site Olhar Virtual da UFRJ. Disponível em: <http://www.olharvital.ufrj.br/ant/2006_04_20/materia_cienciaevida.htm>. Acesso em: 26 nov. 2019)

Imagem 1: Comigo-ninguém-pode

Imagem 2: Exemplo de eugenol comercial

cnp.jpg
eugenol.jpg

15 min:

B. Exposição dos folders.

20 min:

C. Bate-papo final.

 

AVALIAÇÃO

O professor avalia a partir do envolvimento dos estudantes ao realizarem o trabalho, ao opinarem sobre a produção dos folders e informações contidas nele e quanto à qualidade do folders montados.

OFICINA 2: ENTREVISTA

PROCEDIMENTO DAS ATIVIDADES:

*Se o professor optar em pedir aos alunos que realizem as entrevistas, basta seguir os seguintes passos:

20 min:

Distribuir para o trio os materiais utilizados na oficina de produção de folder. Os estudantes devem analisar o material e organizar a entrevista, que deve ser feita entre os integrantes do trio durante 15 minutos. É importante que durante a entrevista, sejam tratados os seguintes assuntos:

    a) informações gerais sobre a planta   

    b) os efeitos tóxicos nos humanos   

    c) substâncias químicas tóxicas presentes na planta  

    d) usos medicinais populares   

    e) usos medicinais comprovados pela ciência

    f) inovações tecnológicas

    g)medidas de prevenção

15 min:

O tro deve utilizar esse tempo para fazer seu vídeo. Enquanto isso, a professora cria um grupo de whatsapp da turma. Ao terminarem seus vídeos, os trios os encaminham para o grupo de whatsapp.

20 min:

Os trios, sentados em círculo, assistem os vídeos dos outros trios e fazem comentários e perguntas, que podem ser respondidas pessoalmente ou através da rede social.

AVALIAÇÃO

O professor avalia a participação de cada aluno na produção do vídeo e nos bate-papos por meio da rede social e pessoalmente.

 

REFERÊNCIAS

MATOS, Eduardo Henrique da S. F. Plantas tóxicas mais comuns no Brasil. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico - CDT/UnB. 27 fev. 2012. Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTcwNg==>. Acesso em: 25 abr. 2019.

TAKATA, Juliana Toshie; PEREIRA, Maiara Albanez; VOLPI, Rafaella Eduarda; RODRIGUES, Renan Lopes. Plantas, superstições e crenças no Brasil. Botânica Econômica, 05 mai. 2015. Disponível em: <http://botanicaeconomica.blogspot.com/2015/05/plantas-supersticoes-e-crencas-no-brasil.html>. Acesso em: 25 abr. 2019.

MATERIAL UTILIZADO NAS ATIVIDADES

ERENO, Dinorah. Próteses de mamona: Polímero derivado de óleo vegetal, sintetizado por químico de São Carlos, ganha mercado internacional. Revista Pesquisa FAPESP. São Paulo, ed. 91, set. 2003, p 66-71.

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Atendimento Toxicológico – TOXCEN: Plantas Tóxicas. Disponível em: <https://ciatox.es.gov.br/Media/toxcen/Material%20Informativo/5-Plantas%20t%C3%B3xicas.pdf >. Acesso em: 18 dez. 2019.

EUGENOL: Biodinâmica. Utilidades Clínicas. Disponível em: <https://www.utilidadesclinicas.com.br/eugenol-biodinamica-bio3619a.html>. Acesso em: 26 nov. 2019

FIGUEIREDO, Nô. Comigo ninguém pode (Diefenbachia amoea) – detalhe das inflorescências. In: FIGUEIREDO, Nô. Nô Figueiredo: como cultivar comigo ninguém pode. 01 fev. 2012. Disponível em: <https://nofigueiredo.com.br/como-cultivar-comigo-ninguem-pode/>. Acesso em: 26 nov. 2019.

 

GAMBOA, Taisa. Comigo ninguém pode: Pesquisadores da UFRJ descobriram um antídoto contra a toxidade da ‘comigo ninguém pode. In: CIÊNCIA e Vida. Olhar Virtual UFRJ. 24 abr. 2006. Disponível em: <http://www.olharvital.ufrj.br/ant/2006_04_20/materia_cienciaevida.htm>. Acesso em: 26 nov. 2019

 

PARANÁ. Secretaria de Saúde. Intoxicações por Plantas Tóxicas. Curitiba: Secretaria de Saúde. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/plantas/Intoxicacoes_por_Plantas_Toxicas.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.

SINITOX. Sistema de Informações Tóxico-Farmacológicas. 2017. Disponível em: <https://sinitox.icict.fiocruz.br/materiais-de-divulgacao>. Acesso em: 04 dez. 2019.

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