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ATIVIDADES comigo-ninguém-pode

EXPRESSÕES CULTURAIS 

A COMIGO-NINGUÉM-PODE

Dieffenbachia picta Schott. é uma herbácea pertencente à família Araceae, conhecida popularmente como comigo-ninguém-pode ou aningá-do-pará. É uma planta tóxica, que possui cristais de oxalato de cálcio do tipo ráfide e saponinas. A ingestão ou contato com qualquer parte desta planta causa queimação e edema na região onde houve contato, vômito, diarréia, náuseas, salivação excessiva, dificuldade para engolir e asfixia. Nos olhos, causa irritação e lesão da córnea (MATOS, 2012). Esta planta carrega consigo a crença popular de que afasta mau olhado, eliminando as energias negativas do ambiente (TAKATA, 2015), sendo, por isso, muito utilizada nas entradas e interiores de muitas casas brasileiras.

 

Nesta unidade, temos 3 atividades, sendo 1 canção, 1  poema e 1 exposiçãode arte. Nas atividade 1 e 2, as autoras destacam o valor popular e mágico que a comigo-ninguém-pode possui. Na atividade 3, temos uma análise e fotos do trabalho feito pela artista plásticas Regina Vater, sobre a comigo-ninguém-pode.

 

CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS

Canções, poemas, fotografias e obras das artes plásticas que contemplam a comigo-ninguém-pode.

PROBLEMATIZAÇÃO

Responder as questões: "Como a planta comigo-ninguém-pode se relaciona com a cultura popular e tradicional e como pode ser representada e usada nas expressões culturais e artísticas?"

PROCEDIMENTO DAS ATIVIDADES:

35 min:

I.Disponibilizar os materiais abaixo para as duplas e solicita-las que leiam e analisem os materiais recebidos e fazendo o que se pede:

   a) Qual o papel da planta tóxica na obra analisada?

II. Prepare uma apresentação artística sobre o material e apresente para a turma. Algumas ideias são: tocar uma música, apresentar uma coreografia, representar numa história ilustrada, como quadrinhos ou livro... A dupla deve ser criativa, usar a imaginação e diversidade de materiais. O trabalho deve ser apresentado e/ou exposto na mostra cultural.

Material a ser analisado pela dupla COMIGO-NINGUÉM-PODE 1

Canção "Comigo-ninguém-pode"

FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=4xC-qv0KZGE>. Acesso em: 26 nov. 2019.

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Comigo-ninguém-pode

Material a ser analisado pela dupla COMIGO-NINGUÉM-PODE 2

Poema: Comigo-Ninguém-Pode

Elizandra Souza

“Assentei no meu portão

Uma erva poderosa

Planta milagreira

De banir Olho de Seca Pimenteira

Para reforçar Espada de São Jorge

Arruda e Alecrim

Não há olho gordo que me derrube

Não há mal que me assole

Pois na minha casa o que não falta

É Comigo-Ninguém-Pode”

(Poema retirado do livro Águas da cabaça, de Elizandra Souza. Disponível em: <http://www.afreaka.com.br/notas/mulher-negra-centro-da-poesia-de-elizandra-souza/.> Acesso em: 09 mai. 2019.)

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Comigo-ninguém-pode

Material a ser analisado pela dupla COMIGO-NINGUÉM-PODE 3

Trechos do texto "Trajetórias de Regina Vater: Por uma crítica feminista da arte brasileira"

"(...)

    Em COMIGO NINGUÉM PODE, uma série de instalações ocorridas entre 1984 e 1995, Regina Vater realiza novamente uma prática fotográfica de investigação do sujeito nacional, de superação e de resistência social. A primeira instalação ocorreu em Los Angeles em uma sala da Galeria Fischer, da Universidade do Sul da Califórnia, que fora ocupada em seu interior por um vaso feito de lata de banha com uma Dieffenbachia Schott, planta conhecida como comigo-ninguém-pode, e que possui conotações simbólicas de resistência nas religiões afro-brasileiras.

    Pregada nas paredes e chão, haviam também folhas de papel silkadas com fotografias para documento de anônimos que Regina comprou de um Lambe-Lambe no Rio de Janeiro, assim que retornou de NY, além de cortinas em voal nas cores da bandeira do Brasil bem na entrada da sala.

    (...) Vater montou então um ambiente de interpenetração cultural, onde a passagem pelas cortinas de cores abrasileiradas, que em algumas instalações se tornaram as próprias folhas xerocadas, permitia a transcedêncida desses sujeitos anônimos a partir de seu símbolo de reisistência e sobrevivência, a Dieffenbachia, (...).

    (...). Nas palavras de Vater:

    Nesta época eu estavas lendo o livro do Frazer "A Rama Dourada" e me deparei com o capítulo sobre os Deuses que morrem e renascem: Attis, Osíris, Cristo, Apolo e todos eles são conectados com o poder de renascimento da natureza através de uma planta. O papirus, o lenho da cruz, etc, etc. Foi assim que eu fiz a conexão do povo brasileiro (que tem uma capacidade de resistência admirável) com um trabalho de pesquisa fotográfica que eu havia começado no Braz em São Paulo com um grupo de alunos de um curso que dei no SESC aonde eu saio fotografando a presença do Comigo Ninguém Pode nas entradas de casas e estabelecimentos comerciais. Então quando fui visitar minha família no Rio depois de estar em N.Y. (creio que isto foi em 1981) eu comprei uma caixa de sapatos cheias de fotos de identidade de um Lambe-Lambe que fazia ponto na Praça general Osório. Ele até me perguntou: A senhora vai fazer algum mal a estas pessoas? (estávamos ainda na ditadura...) E eu respondi brincando: Muito pelo contrário, vou elevá-los a categoria de deuses."

(Trecho da dissertação Trajetórias de Regina Vater: Por uma crítica feminista da arte brasileira, de Talita Trizoli. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-08112011-133126/pt-br.php.> Acesso em: 10 mai. 2019.)

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60 min:

III.  Mostra Cultural.

 

AVALIAÇÃO

O professor avalia a partir do envolvimento dos estudantes ao realizarem o trabalho e a fidelidade à obra original, no momento da apresentação.

 

REFERÊNCIAS

MATOS, Eduardo Henrique da S. F. Plantas tóxicas mais comuns no Brasil. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico - CDT/UnB. 27 fev. 2012. Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTcwNg==>. Acesso em: 25 abr. 2019.

TAKATA, Juliana Toshie; PEREIRA, Maiara Albanez; VOLPI, Rafaella Eduarda; RODRIGUES, Renan Lopes. Plantas, superstições e crenças no Brasil. Botânica Econômica, 05 mai. 2015. Disponível em: <http://botanicaeconomica.blogspot.com/2015/05/plantas-supersticoes-e-crencas-no-brasil.html>. Acesso em: 25 abr. 2019.

MATERIAL UTILIZADO NAS ATIVIDADES

CELSO, Zé. Comigo Ninguém Pode. 1992. Performance. Teatro Oficina, SP. Disponível em: <http://arteseanp.blogspot.com/2014/05/conversando-sobre-arte-entrevista-com_16.html>. Acesso em: 10 mai. 2019.

COMIGO-ninguém-pode. Intérprete: Sandra Simões. Compositora: Sandra Simões. In: Sou Bamba e Rock in Roll. Intérprete: Sandra Simões, Selo Garimpo, 2012.

CONHEÇA os poderes místicos da planta comigo ninguém pode. Disponível em: <https://www.astrocentro.com.br/blog/bem-estar/comigo-ninguem-pode/>. Acesso em: 26 jan. 2020.

SANDRA Simões – Comigo-Ninguém-Pode (Sandra Simões). Sandra Simões, 28 nov. 2012. 1 vídeo (4:17). Publicado por Sandra Simões. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4xC-qv0KZGE>. Acesso em: 26 nov. 2019.

SOUZA, Elizandra. Comigo-ninguém-pode. In: SOUZA, Elizandra. Águas de Cabaça. Edição do autor, 2012. Disponível em: <http://www.afreaka.com.br/notas/mulher-negra-centro-da-poesia-de-elizandra-souza/>. Acesso em: 09 mai. 2019.

TRIZOLI, Talita. Trajetórias de Regina Vater: Por uma crítica feminista da arte brasileira. 2011. Dissertação (Mestrado em História da Arte) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. 

VATER, Regina. Comigo-ninguém-pode. 1981. Fotografia. Cortesia MAC Niteroi, Galeria Jaqueline Martins, disponível em: <https://www.select.art.br/regina-vater-mulher-mutante/>. Acesso em: 10 mai. 2019.

VATER, Regina. Comigo-ninguém-pode.1983.  Gravura. Lápis de cor e xérox PB. Disponível em: <http://arteseanp.blogspot.com/2014/05/conversando-sobre-arte-entrevista-com_16.html>. Acesso em: 10 mai. 2019.

VATER, Regina. Vide O Dolorido. 1983. Vídeo. Galeria Cândido Mendes Ipanema, RJ. Vídeo filmado na comunidade Cantagalo. Disponível em: <http://arteseanp.blogspot.com/2014/05/conversando-sobre-arte-entrevista-com_16.html>. Acesso em: 10 mai. 2019.

 

VATER, Regina. Comigo-ninguém-pode. Mídia: estrutura de madeira; tecidos; fotos 3X4 de centenas de brasileiros impressas através de serigrafia no chão e nas paredes deste espaço/passagem (montado em frente à parede da galeria); planta "comigo-ninguém-pode" — que os brasileiros costumam colocar na entrada de prédios públicos e domésticos. Disponível em: <http://www.imediata.com/sambaqui/regina_vater/comigo.html>. Acesso em: 10 mai. 2019.

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